quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre

Por muitos anos, um famoso poeta e jornalista gaúcho viveu no Hotel Majestic, localizado na rua da Praia, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O lugar hoje leva seu nome, em homenagem ao tempo em que passou pelo local: Casa de Cultura Mario Quintana.
Ligada à Secretaria de Estado da Cultura do governo do Rio Grande do Sul, a casa tem espaços voltados ao cinema, música, dança, teatro, artes visuais e literatura, paixão do poeta. Além disso, recebe constantemente apresentações culturais.


O mais interessante no lugar é que parte da história de Mario Quintana - que admiro desde a infância, por ouvir sobre ele sempre que passava as férias em Porto Alegre -, é mantida. Logo na entrada, há o convite para conhecer o segundo andar da casa do poeta.


O quarto onde viveu de 1968 a 1980, no antigo Hotel Majestic, foi praticamente reconstituído, como forma de manter viva a sua passagem por lá. Chama-se Quarto do Poeta e fica no segundo andar. E eu fui dar aquela espiadinha...


É claro que só é possível ver o quarto através de um grande vidro, para que tudo seja mantido no lugar. A sensação que a gente tem é de volta ao passado, com objetos antigos e espalhados pelo local.



A cama desarrumada, refrigerante aberto, óculos em cima da escrivaninha, copo com bebida pela metade, quindim, livros, maço de cigarro aberto e jornais espalhados, entre outros objetos pessoais, dão a sensação de que Mario Quintana aparecerá a qualquer momento... Inclusive, são tantos objetos que a gente fica meio que perplexo, olhando cada coisinha e observando cada detalhe do quarto.




O Quarto do Poeta faz a gente "viajar" no tempo e vale a pena a visita. O prédio tem sete pavimentos na ala leste e cinco na ala oeste. O estilo da construção mistura formas e mostra a grandiosidade do que antes era o Hotel Majestic, que teve como hóspedes presidentes da república, como Getúlio Dornelles Vargas (sim, é da mesma árvore genealógica que eu - contava meu avô), e até vedetes. Na época em que iniciou a construção, em 1916, o projeto foi considerado audacioso para a cidade, devido às passarelas suspensas sobre a via pública. E, em 2014, quando fomos para o Cirque du Soleil, o prédio estava sendo restaurado, já que é parte do patrimônio arquitetônico do estado.


Mas a Casa de Cultura abriga também outras áreas, tão interessantes quanto o quarto. O Jardim Lutzenberger é um deles. Além de ser um local aberto à visitação, o jardim também recebe apresentações artísticas. O mais interessante do espaço é que as banheiras e vasos do então Hotel Majestic foram reaproveitados para dar vida e beleza ao terraço. O lugar é tão calmo, em meio ao centro enérgico de Porto Alegre, que dá vontade de ficar ali a tarde inteira.


Além disso, do terraço, é possível avistar a Igreja Nossa Senhora das Dores. E é óbvio que tinha que rolar uma foto Jacu... hehehe O Jardim de Lutzenberger fica aberto aos sábados, domingos e feriados das 12h às 18h30; segundas-feiras, das 14h às 18h30; e de terças a sextas, das 9h às 18h30.


Já a Casa de Cultura Mario Quintana está aberta nos seguintes dias e horários: segundas-feiras, das 14h às 21h; de terças a sextas-feiras, das 9h às 21h; sábados e domingos, das 12h às 21h.


Quer ver um videozinho sobre o Quarto do Poeta? Então confira no nosso canal do YouTube... É simples, rápido, mas dá para ter noção de como é o lugar...

Quem foi Mario Quintana?
Mario Quintana nasceu em Alegrete, dia 30 de julho de 1906 e, com 20 anos, foi morar em Porto Alegre. Morou no Hotel Majestic de 1968 a 1980.
Publicou mais de 20 livros, sem contar as antologias. O primeiro, aos 34 anos, “A Rua dos Cataventos”. O último, em 1990 “Velório sem Defunto”. Com Sapato Florido, Pé de Pilão, Caderno H, Esconderijos do tempo, Lili inventa o mundo, consagrou-se como poeta do cotidiano e lirismo, e um dos ícones da literatura brasileira.


Poeta, jornalista e tradutor, trabalhou nos jornais O Estado do Rio Grande e no Correio do Povo (com sua coluna Caderno H). Como tradutor, notabilizou-se com sua impecável tradução de Proust. Traduziu a literatura européia, como Giovani Papini, Virginia Woolf, Voltaire, entre outros.
Morreu em 5 de maio de 1994, aos 87 anos, imortalizado pela Casa de Cultura que leva seu nome e, principalmente, pelo Quarto do Poeta, uma reconstituição fiel com móveis e objetos pessoais do escritor.

Fotos: Destino Mundo Afora


Gostou?
Então, deixe seu comentário, curta nossa fanpage no Facebook e siga nosso perfil no Twitter e no Instagram.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...